2008/11/01

sentar de côr

Seria tão bom sentar-me contigo numa folha de papel....num barco ou em frente ao rio.Seria tão bom permitir-me dizer-te algo que te fizesse sorrir...Dizer-te o meu nome,dizeres o teu...sem precisar que dissesses mais...porque tudo eu sei,tudo tu sabes...e depois ficar-mos sem tempo para mais...olhar-te nos olhos sem o medo do primeiro momento,mas com a gloria que o tempo nos deu...como cúmplices,como seres meramente estranhos e complexos...sem toque sem tempo para mais ou para algo... ficar num gesto pequeno,mas real...depois de toda a dor...ou mesmo que não houvesse ou haja dor...ficar assim perdidamente acumulada no jeito que tens,mesmo de olhos cerrados...sem formas de pensar...lembrar-te de mim,fazer-te esquecer também...que sou algo real...ficar assim perdidamente reflexa na folha de papel,ou na agua do rio...ficar assim no mesmo espaço...como se soubesse o que ia acontecer a seguir que é o nada...que é o mais...sabes,assim perdidamente...assim,á beira do reflexo dos nossos separados assim leves,banais...como se as palavras se adivinhassem nas formas dos lábios,nos gestos...como sabemos